João Campos vai moldando um estilo próprio de fazer política em Pernambuco

Joquar Stymish
Joquar Stymish
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Em alta com a ajuda que deu para ajudar Álvaro Porto a derrotar Raquel Lyra, na escolha da segunda vaga para o TCE, João Campos, que busca a reeleição, vai moldando um estilo próprio de fazer política em Pernambuco e no Brasil.

No começo do mês, o cientista político Paulo Moura já havia destacado ao blog que a marca que ele busca imprimir é a empatia com os mais humildes, mas fugindo do populismo tradicional.

Lula pode ter visto essa força política ao gravar um vídeo, no dia em que o prefeito do PSB foi à Brasília oficializar o pedido de aval da União para os empréstimos do BID. Lula não faz este tipo de mesura nem com aliados petistas. Na fala, ele diz que a cidade do Recife já havia sido muito castigada e contaria com ele, depois dos anos Bolsonaro, duro rival dos socialistas.

O que muita gente não sabe é que o prefeito, em um ato de humildade e sagacidade, fez questão de levar toda a equipe do Promorar para a festa em Brasília. “Vocês tem que fazer parte deste dia”, orientou.

Claro que, na política, gestos como esse deixam mais aguda a arrogância de quem acha que se elege só e despreza os aliados. João Campos também chamou os vereadores do Recife para o evento e eles foram. No plano estadual, consta que a governadora Raquel Lyra chama os deputados para os eventos no interior, como é a prática política, mas eles tocam.

Rodolfo Loepert/Prefeitura do Recife

João Campos prestigiou o Legislativo municipal ao levar para a assinatura do BID o presidente da Câmara de Vereadores do Recife, Romero Jatobá – Rodolfo Loepert/Prefeitura do Recife
No evento na sede do BID, em Washington, não foi diferente. Como não era possível levar os vereadores, o presidente da Câmara do Recife, Romerinho Jatoba, foi convidado e representou os colegas e a casa. Ponto com a institucionalidade.

Na campanha, era atacado de todos os lados pelos adversários, com termos inclusive chulos, por ter pouca idade. Vai mostrando que estava sendo subestimado.

Quem acompanha o prefeito nas visitas às comunidades, conta que essa empatia ficou clara em uma visita na comunidade do Brejo. Os garotos afirmaram que sentiam falta de uma praça e o prefeito perguntou sobre um imóvel abandonado próximo. Depois de consultar os auxiliares, decidiu desapropriar e avisou as crianças que a praça seria ali. A casa já foi demolida e a praça está saindo. São oito grandes praças em meio a 200 menores, já anunciadas.

Os secretários vão todos eles nas visitas para ajudar a tirar dúvidas e anotar providências. “Seja um poste em uma rua sem luz ou a indicação para tirar uma mulher de casa porque iria morrer gente”.

Nas agendas, conversar com os mais velhos, que falam do avô Miguel Arraes ou do pai Eduardo Campos, não parece ser perda de tempo, contam os secretários.

No mesmo evento do Senado, para aprovação do empréstimo do BID, foi cultivando essa mesma memória política que João Campos conseguiu convencer o senador bolsonarista a interromper a obstrução para votar o projeto do Recife e depois retomar a posição de oposição a Lula. “Marinho, você conheceu meu pai e meu avô aqui dentro… Eu vou honrar a memória deles, pode confiar”

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