Fragmentação Política em Pernambuco Após a Morte de Eduardo Campos

Joquar Stymish
Joquar Stymish
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A morte trágica de Eduardo Campos em um acidente aéreo em 13 de agosto de 2014 deixou marcas profundas na política de Pernambuco e no Partido Socialista Brasileiro (PSB). Campos, que era uma figura central na política estadual e nacional, liderava um grupo político que dominava o cenário pernambucano. Sua ausência física impactou diretamente a campanha de Paulo Câmara, seu sucessor escolhido para o governo estadual naquele ano.

Após a eleição de Paulo Câmara, a unidade política que Eduardo Campos havia construído começou a se desintegrar. Em 2022, a fragmentação era evidente, com cinco dos principais candidatos ao governo estadual tendo, em algum momento, ligações com Campos. A atual governadora, Raquel Lyra, por exemplo, deixou o PSB em 2016 devido a desentendimentos internos.

O PSB enfrentou desafios significativos nos anos seguintes à morte de Campos. O partido, que havia apoiado o impeachment de Dilma Rousseff em 2016, passou por divisões internas e desfiliações. Em 2018, o PSB conseguiu eleger 32 deputados federais, mas em 2022, sem coligações, esse número caiu para 14.

A relação do PSB com o PT e Lula é histórica, remontando aos tempos de Miguel Arraes, avô de Campos. Em 2022, o PSB foi um dos principais apoiadores de Lula, facilitando a filiação de Geraldo Alckmin, atual vice-presidente. Essa aliança é vista como crucial para o futuro do PSB, especialmente em Pernambuco.

Eduardo Campos era conhecido por sua habilidade em formar alianças e por seu legado em áreas como educação e segurança pública em Pernambuco. No entanto, sua articulação política também gerou controvérsias, como a nomeação de sua mãe, Ana Arraes, para o Tribunal de Contas da União.

O principal herdeiro político de Campos é seu filho, João Campos, atual prefeito do Recife. João, que inicialmente hesitou em seguir a carreira política, é visto como um potencial candidato a governador em 2026. Ele busca continuar o legado de seu pai, mas com suas próprias ambições e estilo de liderança.

A morte de Eduardo Campos não apenas alterou o cenário político em Pernambuco, mas também deixou um vazio na política nacional. Sua capacidade de articulação e visão política são lembradas como um exemplo de liderança que ainda influencia o PSB e seus aliados.

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