Segundo a Dra. Thaline Neves, a síndrome da transfusão feto-fetal é uma complicação grave que pode ocorrer em gestações gemelares monocoriônicas, ou seja, quando os gêmeos compartilham a mesma placenta. Tendo isso em vista, essa condição resulta de conexões anômalas nos vasos sanguíneos da placenta, fazendo com que o sangue circule de forma desigual entre os fetos. Logo, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para preservar a vida e a saúde dos bebês. Com isso em mente, a seguir, abordaremos como essa síndrome se manifesta e quais são as opções de tratamento disponíveis.
O que é a síndrome da transfusão feto-fetal?
A síndrome da transfusão feto-fetal ocorre quando há um desequilíbrio no fluxo sanguíneo entre os gêmeos que compartilham a placenta. De acordo com Thaline Neves, um dos fetos passa a receber mais sangue (feto receptor), enquanto o outro recebe menos (feto doador). Essa situação gera complicações distintas para cada um, aumentando os riscos de crescimento desigual, sofrimento fetal e até óbito intrauterino.

Os sinais dessa condição podem ser identificados por meio de ultrassonografias de rotina. O feto receptor tende a apresentar excesso de líquido amniótico e sobrecarga circulatória, enquanto o feto doador pode ter crescimento restrito e quantidade reduzida de líquido amniótico. Essa é uma das principais complicações que exigem monitoramento rigoroso em gestações gemelares monocoriônicas.
Quais são os riscos da síndrome da transfusão feto-fetal?
Quando não tratada, a síndrome da transfusão feto-fetal pode gerar riscos severos tanto para o feto doador quanto para o receptor. Entre os principais estão insuficiência cardíaca, parto prematuro, sequelas neurológicas e óbito fetal, como pontua a médica proprietária da Clínica View, Thaline Neves. Por isso, o acompanhamento com especialistas em medicina fetal é indispensável.
Tendo isso em vista, a gravidade da síndrome é classificada em estágios, variando desde formas leves até casos mais graves que requerem intervenção imediata. No final, essa avaliação é essencial para definir a conduta médica, que pode variar entre acompanhamento clínico e procedimentos terapêuticos especializados.
Como é feito o diagnóstico da síndrome?
O diagnóstico da síndrome da transfusão feto-fetal é realizado por meio de ultrassonografia detalhada. Os exames avaliam o volume de líquido amniótico, o fluxo sanguíneo e o crescimento de cada feto. Essa análise permite identificar desequilíbrios precocemente, aumentando as chances de intervenção eficaz.
Portanto, gestantes com gêmeos monocoriônicos devem ser acompanhadas com ultrassonografias frequentes, geralmente a cada duas semanas, justamente para possibilitar o diagnóstico antecipado. Conforme destaca a Dra. Thaline Neves, esse monitoramento constante é uma estratégia essencial para reduzir os riscos e orientar o tratamento.
Tratamento com laser intrauterino: quando é indicado?
O tratamento mais eficaz para a síndrome da transfusão feto-fetal em estágios graves é a cirurgia a laser intrauterina. Esse procedimento consiste em cauterizar, dentro do útero, as conexões anômalas entre os vasos da placenta que causam o desequilíbrio sanguíneo. Assim, cada feto passa a receber sangue de forma independente, reduzindo os riscos.
Segundo Thaline Neves, o procedimento é minimamente invasivo e realizado por meio de fetoscopia, com uso de equipamentos de alta precisão. Apesar de ser uma técnica delicada, os resultados mostram melhora significativa na sobrevida e no desenvolvimento dos bebês. Desse modo, quando bem-sucedida, a cirurgia contribui para que a gestação prossiga com maior segurança.
Quais são as etapas do tratamento da síndrome?
Em resumo, o tratamento da síndrome da transfusão feto-fetal envolve algumas estratégias médicas que variam conforme a gravidade da condição. Entre as principais condutas estão:
- Acompanhamento intensivo: em casos mais leves, o monitoramento com exames frequentes pode ser suficiente para observar a evolução da gestação.
- Amniodrenagem: consiste na retirada do excesso de líquido amniótico do feto receptor, ajudando a reduzir a pressão intrauterina.
- Cirurgia a laser intrauterina: indicada para os casos graves, permite interromper a comunicação anômala dos vasos e equilibrar a circulação entre os gêmeos.
Aliás, cabe ressaltar que essas alternativas são definidas após uma avaliação criteriosa. Isto posto, o sucesso do tratamento depende da gravidade do caso, da idade gestacional e da resposta dos fetos às intervenções médicas.
Acompanhamento especializado garante melhores resultados
Em conclusão, a síndrome da transfusão feto-fetal é uma condição séria que exige atenção redobrada durante a gestação gemelar monocoriônica. Contudo, com diagnóstico precoce e tratamento adequado, especialmente por meio da cirurgia a laser intrauterina, é possível aumentar as chances de sobrevida e reduzir complicações para os bebês. Assim sendo, o acompanhamento com especialistas em medicina fetal é vital para oferecer segurança à gestação e às famílias.
Autor: Joquar Stymish