O surfe é racista, machista e LGBTfóbico segundo denúncia feita por Nuala Costa, ex-surfista profissional de Pernambuco, durante um evento promovido pela Organização das Nações Unidas na Cidade do México. A ativista participou da Consulta Regional sobre Racismo e Discriminação no Esporte na América Latina, onde relatou como o surfe, apesar de sua imagem associada à liberdade e à natureza, perpetua exclusões estruturais que afastam negros, mulheres e pessoas LGBTQIA+. Moradora de Maracaípe, Nuala coordena o projeto Todas Para o Mar, que oferece aulas gratuitas de surfe para crianças negras e periféricas. Segundo ela, o surfe é racista, machista e LGBTfóbico e precisa de mudanças estruturais urgentes para ser verdadeiramente inclusivo.
Nuala destacou que o surfe é racista, machista e LGBTfóbico porque ainda é um ambiente extremamente hostil com atletas que fogem do padrão branco, masculino e heterossexual. A surfista relembrou que foi a primeira mulher negra de Pernambuco a competir profissionalmente e que sofreu racismo institucional, invisibilidade e falta de apoio. Hoje, ela luta para garantir que novas gerações de meninas negras tenham oportunidades diferentes. Para ela, é fundamental dar visibilidade às vozes negras nas competições e nos bastidores do esporte. O surfe é racista, machista e LGBTfóbico não apenas nos eventos internacionais, mas também no cotidiano das praias e escolinhas de surfe pelo Brasil.
O projeto Todas Para o Mar atende cerca de 80 crianças e adolescentes em Maracaípe e tem como foco a inclusão de meninas negras no surfe. Criado em 2016, o projeto também oferece aulas pagas para adultos interessados em aprender a modalidade. Nuala define sua iniciativa como um quilombo de afeto e resistência, onde as crianças podem aprender que seus corpos e sonhos têm valor. O reconhecimento veio com o Prêmio Periferia Viva 2024, entregue pelo Ministério das Cidades. Ainda assim, ela reforça que o surfe é racista, machista e LGBTfóbico e precisa de políticas públicas específicas para garantir acesso igualitário.
Durante o evento da ONU, Nuala Costa fez questão de levar a realidade das crianças e jovens de Maracaípe ao debate internacional. A ativista pontuou que o surfe é racista, machista e LGBTfóbico e que, por isso, poucos conseguem ultrapassar as barreiras sociais e financeiras para alcançar o esporte profissional. Ao lado de outros atletas da América Latina e advogados ligados ao esporte, ela defendeu um combate institucional à discriminação e mais investimento em iniciativas de base que promovam diversidade e inclusão nas práticas esportivas.
A participação de Nuala na consulta da ONU só foi possível por meio de uma vaquinha virtual. Apesar de ter sido convidada pelo Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, ela precisou arrecadar recursos para cobrir despesas de visto, passagens e estadia. Isso demonstra que o surfe é racista, machista e LGBTfóbico não apenas em sua prática, mas também nas oportunidades que são negadas aos atletas negros desde os primeiros passos. Mesmo sem alcançar a meta financeira, Nuala fez questão de representar a comunidade e reforçar a urgência de mudanças concretas.
O Governo Federal brasileiro se envolveu na pauta após ataques racistas ao jogador Vinícius Júnior na Espanha. Em resposta, criou um grupo técnico interministerial para elaborar um plano de combate ao racismo no esporte. A presença de Nuala Costa na consulta internacional é reflexo dessa movimentação e fortalece a ideia de que o surfe é racista, machista e LGBTfóbico e deve estar no centro desse debate. A inclusão no esporte é um direito que deve ser garantido a todas as pessoas, independentemente de sua cor, gênero ou orientação sexual.
Nuala acredita que mostrar para as crianças negras que elas podem ocupar o espaço do surfe é uma forma de romper com esse ciclo excludente. O surfe é racista, machista e LGBTfóbico justamente porque reproduz os padrões de opressão da sociedade e pouco se faz para mudar essa estrutura. Segundo ela, é urgente dizer às meninas negras que o mar também é delas, que o esporte precisa se abrir e que a luta antirracista deve ser prioridade em todas as modalidades. Para isso, é necessário que a sociedade civil e o poder público unam forças.
Por fim, a ativista reforça que o surfe é racista, machista e LGBTfóbico, mas que também pode ser um instrumento de transformação se houver vontade política e comprometimento coletivo. Projetos como o Todas Para o Mar mostram que é possível construir espaços seguros, acolhedores e educativos nas praias brasileiras. No entanto, é preciso enfrentar as estruturas que mantêm o surfe como um território de exclusão. A denúncia de Nuala é um chamado à ação para todos que acreditam em um esporte mais justo e igualitário.
Autor: Joquar Stymish